O tema da extensão da convenção de arbitragem não tem sido objeto de apreciação pelos tribunais portugueses. No entanto, no ano de 2011, o Tribunal da Relação de Lisboa e, subsequentemente, o Supremo Tribunal de Justiça de Portugal tiveram ocasião de tratar do tema, recusando essa extensão ao abrigo das doutrinas do "grupo de empresas" e da cessão de créditos (que, no caso, seria mais corretamente "assunção de dívidas"). Neste artigo, defendemos que as decisões não terão sido as mais acertadas e que seguramente não correspondem a uma leitura dos critérios que têm sido utilizados na arbitragem internacional. O critério defendido deveria ter sido o seguinte: quando a questão é apreciada nos tribunais judiciais, o nível de exigência dos critérios aferidores dessa extensão deve ser menos elevado que o aplicável no órgão com competência para apreciar tal matéria e que é, justamente, o tribunal arbitral; quando a questão é levantada nos tribunais judiciais bastará um vislumbre de conectividade entre a convenção de arbitragem, o litígio, a operação económica no seu todo e as partes envolvidas para que o juiz remeta as partes para a arbitragem.